Armadilhas, Caçadores e Leões

Quando encontramos em nossos caminhos "armadilhas", muitos de nós ficamos paralisados pelo medo e pela incapacidade de desarmá-las. Como atravessar para o outro lado do "rio", sabendo que o mesmo é raso, mas possui muitas armadilhas prontas a nos agarrar pelos pés e nos colocar a mercê de nossos inimigos?

Essa pergunta só nos serve para nos paralisar diante dos problemas que a vida nos coloca a frente para resolver. Na verdade, de nada serve saber se há ou não armadilhas nos "rios" da vida e, que a espreita, nossos inimigos estão nos aguardando para nos atacar. Devemos nos deter no objetivo que é atravessar o "rio". Devemos fazê-lo de maneira a reduzir riscos - sempre com o menor risco possível.


Mas na vida, o que é "reduzir riscos"?


Se você sabe que algo pode dar errado, deve também ser capaz de imaginar como contornar o problema caso ele venha a acontecer. Se você sabe que algo pode dar errado, deve também ser capaz de definir qual a probabilidade do problema acontecer.


Quando tomamos decisões em nossas vidas, geralmente, o fazemos de forma "não planejada"; esse tipo de atitude nos faz sentir "livres" pensadores. Porém, o tempo nos revela que nós somos nossos próprios inimigos, e nós mesmos é que colocamos as armadilhas no fundo dos "rios" que devemos transpassar. Essa "liberdade" de tomar decisões sem um prévio planejamento, nos leva ao perigoso jogo do "cara ou coroa", com possibilidades iguais tanto de dar certo, como também de dar errado. Isso nos coloca a "deriva" nesse mar de "liberdade" que acreditamos estar navegando; mas estamos navegando sem instrumentos e sem um comandante. Lembrem-se, os "rochedos" e "recifes" estão sempre escondidos pela "alta da maré" de cada momento.


São nos momentos em que devemos tomar uma decisão, que o "mar" da vida esconde de nós os perigos. Assim trabalha a natureza, o Universo, para nos tornar seres mais fortes e capazes de conduzir a vida e não de ficarmos a "deriva" esperando que tudo ao seu redor se transforme sem que o seu esforço e, muitas vezes, uma dose de "sacrifício" possa ser desprendida para alcançar os objetivos e receber as bençãos, sejam dados a seres fracos e preguiçosos.


A primeira coisa que deve fazer o homem que deseja comandar a "nau" da sua vida é, ver os perigos onde o "mar" parece mais calmo e de beleza ímpar. Planejar sim, mas sem paralisar o presente. Não devemos nos tornar escarvos do "amanhã". Pois se assim for, estaremos presos em "passados", deixando de viver o presente e, o "amanhã" nunca nos será dado. Faça tudo que fizer com a plenitude de sua alma, empreendendo o espírito do "caçador"; torne-se o "senhor" das "savanas" - o verdadeiro "leão". Leões conhecem cada risco, cada momento e participam com a alma em cada caçada. A família sempre está em primeiro lugar - a preservação do grupo é de vital importância. Os riscos devem sempre ser amenizados, contornados e, no caso de não ser possível, devemos ter um plano para mitigá-los.

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